O Mar de Aral era na verdade um lago de água salgada localizado na Ásia, entre o Cazaquistão (ao norte) e o Uzbequistão (ao sul). Considerado um mar interior e, até 1960, estava na posição de quarto maior lago do mundo, com uma área de 68.000 Km². Há 30 anos, no entanto, o mar tem sido cenário de catástrofe ambiental, uma vez que perdeu consideravelmente seu tamanho, graças à ação antrópica, principalmente devido ao desvio de suas águas para irrigação. Em 2007, sua área era apenas 10% do tamanho original e houve grande aumento do percentual de salinidade, o que foi extremamente prejudicial à fauna e à flora da região. De 178 espécies de animais, hoje se verifica a existência de apenas 38. Além disso, a atividade pesqueira, que antes produzia 25.000 toneladas de peixe, deixou de existir, pois a grande intensidade do sal não favoreceu a vida marinha.
A destruição do Mar de Aral iniciou-se com a implantação do governo da ex-URSS, a partir do cultivo de extensas áreas de algodão com o uso de insumos agrícolas em grandes quantidades. O sal e os pesticidas agrícolas se infiltraram no solo cada vez mais, contaminaram lençóis freáticos e causaram epidemias de doenças como o câncer: a expectativa de vida da população local caiu de 65 para 61 anos. Ademais, os agrotóxicos poluíram 15% das águas e a construção de barragens de 45 usinas hidrelétricas também causou enorme impacto em suas águas. Como conseqüências da ação do homem no Mar de Aral destacam-se, portanto: desertificação, destruição da fauna e da flora, mudanças climáticas e problemas nas questões sanitárias da região.
Os especialistas consideram que é praticamente impossível que o mar de Aral recupere a vida que tinha antes, mas tudo indica que na atualidade seja mais fácil corrigir os problemas de salinidade e poluição em cada parte isoladamente. Na tentativa de revitalizar o mar, o Cazaquistão realizou uma experiência na parte norte, no Pequeno Aral, construindo um grande dique para reter a água naquela região. Em menos de oito meses, o nível de água subiu dois metros, aumentando sua área em 500 Km² e diminuindo a sua concentração de sal. A possibilidade de vida no mar voltou e com ela, a pesca. Entretanto, para as partes mais ao sul, do chamado Grande Aral, as perspectivas já não são tão boas. Essa região exige obras maiores, mais dispendiosas e dependem de acordos entre as nações envolvidas.
O futuro do Mar de Aral é ainda incerto, mas essa situação certamente abriu os olhos dos governos de todo o mundo, conscientizando a comunidade internacional da rapidez em que um desastre ambiental pode ameaçar toda uma região e a sua população. A destruição do Mar de Aral é exemplo clássico de desenvolvimento não-sustentado.
Vídeo: La tragedia del Mar de Aral
Subtema do grupo: “Meio ambiente, mudança global e impactos humanos na Terra”.
Integrantes: Ana Paula S. Teixeira / Annelise C. Bratkowski
Referências
FREITAS, Eduardo de. Brasil Escola. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/geografia/mar-aral.htm> Acesso em 14 jun 2011.
ADEODATO, Sergio. Planeta Sustentável. Disponível em: <http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambiente/conteudo_345576.shtml> Acesso em: 14 jun 2011.
GUIA do Estudante. Disponível em: <http://guiadoestudante.abril.com.br/vestibular-enem/mar-aral-exemplo-destruicao-meio-ambiente-622660.shtml> Acesso em: 14 jun 2011.
KUMAR, Rama Sampath. Disponível em: <http://resistir.info/asia/mar_de_aral.html> Acesso em 14 jun 2011.
SANTIAGO, Emerson. Info Escola. Disponível em: <http://www.infoescola.com/hidrografia/mar-de-aral/> Acesso em: 14 jun 2011.
OMEDI. Disponível em: <http://omedi.net/2011/02/lugares-que-voce-nem-imagina-001-o-mar-de-aral/> Acesso em 15 jun 2011.
LA tragedia del Mar de Aral. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=Go_2MxNutc4> Acesso em: 14 jun 2011.
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