sábado, 21 de maio de 2011

Déficit portuário brasileiro afeta economia

            As exportações brasileiras estão em queda devido a vários fatores, entre ele podemos citar o famoso “custo Brasil”, além da valorização do real e da competição com a China. Nosso superávit sempre foi, e ainda é extremamente dependente do preço das commodities. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, está sendo discutido um plano para proteger a indústria nacional, o Plano de Desenvolvimento Produtivo 2, que inclui desoneração, modernização e ganho de competitividade às exportações.
            Segundo alguns estudos, devido ao mal desempenho de nossas exportações, estamos passando por um processo de desindustrialização. A participação da indústria no PIB tem diminuído nas duas ultimas décadas, está é uma característica das economias desenvolvidas, onde o setor de serviços ganha espaço, mas no Brasil, um país com uma renda per capita quatro vezes menor que a destas economias não se justifica um índice de serviços tão grande. Essa diminuição está claramente associada à desindustrialização do país, a perda de competitividade de nossos produtos e ao aumento das importações.
Além dessas questões o Brasil sofre com a falta de uma infraestrutura logística para baratear o transporte e para prever um planejamento antecipado. Como exemplo, no ano passado, com a quebra de safra da Índia a demanda do açúcar aumentou. Dezenas de navios esperaram para serem abastecidos no Porto de Santos, por uma média de 35 dias, cada dia parado custa cerca de US$ 50 mil.
A falta de infra-estrutura e excessos burocráticos nos portos brasileiros fazem as empresas brasileiras criarem alternativas para o problema logístico. Indústrias como a Fiat investiram em portos privados para assegurar suas exportações, pois exportar pelos portos brasileiros leva em torno de 25 a 30 dias. Outras indústrias optam pela opção de exportação terrestre, na qual seus produtos enfrentam rodovias e estradas ruins para chegar ao local. Mesmo diante destas condições, esse transporte economiza tempo e conserva a carga, considerando que se fosse utilizado o transporte marítimo, os produtos seriam carregados e descarregados aproximadamente oito vezes. A General Motors optou por uma medida alternativa ao investir na logística no porto brasileiro de Suape (PE) para reduzir o prazo de sua mercadoria.
Considerando estes fatos, percebe-se que a infra-estrutura portuária brasileira possui problemas em sua logística, o que aumenta o prazo de chegada de cargas, diminui sua conservação e eleva o preço do frete. Isto torna a exportação marítima uma opção inviável para muitas empresas, refletindo assim na perda de investimentos e oportunidades para o lucro. Fatores como estes são cruciais para os produtos brasileiros competirem no mercado externo, e assim estabilizarmos nossa balança comercial.


Referências

MONTEIRO, Solange. Exportações em Risco. Revista Conjuntura Econômica. p.30-39, Vol. 65 nº 2 fev 2011.

Agencia Estado. No Brasil, exportações de carros esbarra na logística. Isto É. 04 de Julho de 2010. Disponível em: <http://www.istoe.com.br/noticias/data/85645_NO+BRASIL+ EXPORTACAO+DE+CARROS+ESBARRA+NA+LOGISTICA?pathImagens=&path=&actualArea=internalPage>. Acesso em: 2 maio 2011.

Subtema do grupo: Portos brasileiros
Integrantes: Danielle Aline Alencar Hernandes/ Ivelise Yakabu Yamashita/ Lucca Viersa Barros Silva
 

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