quinta-feira, 28 de abril de 2011

Integração como meio para o crescimento

Apesar de insucessos nas experiências de integração econômica no Oeste Africano; os numerosos obstáculos atrasando a integração dos Estados do Oeste Africano; os elevados custos da integração num curto período de tempo; e o pessimismo mostrado por alguns analistas em relação aos benefícios em longo termo, a integração econômica continua sendo a única e real alternativa para o desenvolvimento econômico no Oeste Africano, segundo Barros, 2004. Existem várias razões para essa escolha, e entre essas, Rui Duarte Barros (2004, p. 207-208) indica algumas:

Razões Políticas:                                    

1.      Diminuição da dependência de países do Norte em favor da aproximação das relações Sul-Sul;
2.      Menor importância atribuída aos laços artificiais inerentes a era colonial e fortalecimento dos laços naturais com base na complementaridade da cultura, linguística, ou comunidade étnica; e
3.      Agrupamento de menores países para aumentar o peso do Oeste Africano frente outros blocos econômicos e políticos como a Europa, a América do Norte ou o Japão.

Razões Econômicas:

1.      Um objetivo é incentivar a especialização da produção em cada zona dentro da área em concordância com as vantagens comparativas;
2.      Economia de escala de pesquisa é um forte argumento a favor, particularmente para países com um limitado mercado doméstico. Alguns tipos de investimentos não podem ser financialmente lucrativos ao menos que o mercado consumidor seja de certa magnitude. Isto permitiria estabelecer custos fixos para um grande número de itens produzidos e então chegar a um custo de produção muito baixo, o que em troca significaria maiores ganhos financeiros; e
3.      A divisão de recursos naturais (represas) ou recursos humanos (escolas e centros de pesquisa) permitiria o desenvolvimento de projetos de comum interesse que não poderiam ser incumbidos por cada país individualmente.

A cooperação para um crescimento inclusivo entre Brasil-África.

            Segundo o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), crescimento inclusivo significa que todas as pessoas possam participar do processo de crescimento econômico e do compartilhamento dos seus benefícios. Crescimento inclusivo é o padrão de crescimento sustentável que gera novas oportunidades produtivas. (Ipc-undp, 2011).
            A discussão sobre estratégias para o crescimento inclusivo vem recebendo grande atenção por parte de governos de vários países em desenvolvimento e emergentes, com destaque para o Brasil, Índia, China e África do Sul. Formadores de opinião, pesquisadores e ativistas da sociedade civil também estão discutindo a inclusão como fator essencial ao crescimento.
            O Brasil ao longo de sua história tem implementado algumas políticas públicas que vêm trazendo um retorno positivo, logo se vê a necessidade de colocarmos em contato diferentes sociedades civis para que elas compartilhem de suas experiências. Então, através desse contato alguns países africanos possam entender e até mesmo aplicar algumas de nossas políticas de investimento em desenvolvimento humano, entendido com um processo para alargar a gama de escolhas oferecidas à população que permitem que o desenvolvimento seja mais democrático e participativo.

Referências

O que é crescimento inclusivo? Disponível em: <http://www.ipc-undp.org/PagePortb.do?id=146&active=1> Acesso em: 12 abr. 2011.

SANGREMAN, Carlos. O desenvolvimento e o bem-estar na África subsaariana: o caso da cidade de Bissau. In: Travessias, Revista de Ciências Sociais e Humanas em Língua Portuguesa, Vol. 6 e 7, Coimbra, 2008.

BARROS, Rui Duarte. Trade, Models of Regional Integration and Strategic Development Options.  In: Brazil – Africa Forum on Politics, Cooperation and Trade / (Editors: Pedro Motta Pinto Coelho/ José Flávio Sombra Saraiva). – Brasilia: Brazilian International Relations Institute (IBRI), 2004.  p.207-234

Subtema do Grupo: Relações Brasil-África no contexto das mudanças climáticas.
Integrantes: Kaique Carvalho / Virginia Góes

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